Minhas experiências com médicos são sempre muito engraçadas.
Toda vez que eu vou ao médico acontece alguma coisa ridícula qualquer que seja a doença (se bem que eu nunca tive uma doença grave) ou a especialidade do médico.
Hoje por exemplo, fui fazer exame periódico na firma. Eu odeio exames periódicos. São sempre muito vagos e o médico nunca vai detectar a doença que é trabalhar lá ou como o tédio pode afetar uma pessoa. Enfim. Fui lá. Começou que a enfermeira perguntou a minha idade e quando eu disse 21 ela riu. Sim, riu e ainda imendou: "com essa cara de 14!". Só eu posso falar isso de mim, entende? Aí ela me pergunta peso e altura. Como eu engordei 2Kg desde a última vez que me pesei, falei com satisfação meu peso. Rá! Engordei e vou engordar mais. Para preencher a ficha, ela perguntou até meu endereço. Será que a empresa onde eu trabalho precisa perguntar meu endereço através de um exame médico? Eu hein!
Aí fui lá passar com o doutor. Meu, nunca vi médico mais esquisito em toda a minha vida. De tênis, camisa xadrez e calça jeans. O que o diferenciava era um jaleco surrado. Uma cara de tiozinho drogado...Me mandou sentar e perguntou meu nome. Tive que falar duas vezes. Aí ele perguntou qual era o problema... Como hoje eu não estou podendo: "Problema nenhum, me chamaram aqui pra fazer o exame periódico". Ah, claro.Ele olhou toda a minha documentação, historico de outras vezes que passei lá.
- Você já passou com algum médico aqui?
- Já.
Cara, se eu colocar aqui todas as respostas que me deu vontade de dar praquele médico o diálogo ficaria bem melhor:
- Você já passou com algum médico aqui?
- Não, nunca. Todo este histórico que está na sua mão foi inventado pela enfermeira num dia em que ela não tinha nada para fazer.
- Ah, sim...tô vendo.... Teve tireóide?
- Você não sabe ler? Eu to vendo daqui que o exame que o médico pediu pra fazer deu negativo. Me dá aqui pra eu ler pra você.
Aí ele veio examinar a minha tireóide...Eu pensei que ia morrer. Foi uma cena assustadora. O médio veio por trás de mim, agarrou no meu pescoço e começou a apertar! Parecia filme de terror mudo. Horror total. Ele me mandou engolir saliva e eu não conseguia! Não passava! Quase engasguei. Até que quando eu devia estar ficando roxa ele desistiu de me matar, voltou a si e tirou a mão da minha garganta. Nossa, ficou doendo o dia inteiro.Credo.
- Você não teve mais nada então?
- Como assim mais nada? Aí já não era nada, viu, a tireóide não estava com problemas. Eu sou normal.
- Problemas no coração?
- Não...quase tive um depois deste exame que você fez, mas sobrevivi.
- Sente ali na cama
Subi na escadinha mais do que depressa, queria terminar logo aquilo, pois já estava em pânico.Enquanto eu estava indo, ele me perguntou:
- Esse negócio aí que vc tem no nariz é perfurado?
- Isto é um piercing, meu senhor. Sim, é perfurado. Ou você acha que eu sou besta de colar uma bolinha aqui?
- Já deu algum problema isso aí?
- Isso aí não, pera lá. Ah, sim, sai pus todo dia. Eu perfurei numa aldeia indígena no ritual do funeral deles. Com madeira quente e pontuda. Aí inflama e sai pus, acostumei. Pus, quer ver?
- Levante a blusa, não precisa ter vergonha.
- Não é vergonha, é medo. Se você não me matou aquela hora, é agora então?! Estupro seguido de homicídio, é isso?
Aí ele me examinou. Bem meia-boca, nem mandou eu inspirar e expirar (o que é ridículo porque eu faço isso pra continuar viva o dia todo), sei lá pra que tirar a blusa, viu...
- Pronto.
Imagina, eu fiquei com medo do médico... E ele nem era dentista. Mas a expressão de médico-louco era nítida. Eu hein...